terça-feira, 24 de maio de 2011

Dionísio


"A flauta que tenho na mão, é a flauta de Dionísio, o deus grego da alegria. Ela tem poderes mágicos. Quem ouve sua música, fica alegre e se põe a dançar, ela desperta os instintos.
Porque a dança é coisa que se faz com o corpo inteiro.
Por muitos séculos a flauta esteve enterrada.
Desde Sócrates, quando a razão triunfou sobre o instinto.
Foi nesse momento, quando a flauta foi enterrada, que a decadência do mundo grego começou.
...as palavras para mim são música. Eu as uso como quem toca um instrumento, porque elas são belas, porque elas são diáfanas pontes coloridas sobre coisas eternamente separadas.
As minhas palavras,  pertencem as mundo do deleite e da fruição.
Faço isso porque acredito que a alegria e a beleza são divinas.
São elas que dão ao homem o poder de contemplar e viver a tragédia sem serem destruídos por ela.
Foi assim que os gregos triunfaram sobre a tragédia: eles a transformaram em beleza.
Acredito em um deus sim, um deus que dança!
Agora estou leve! Agora eu vôo! Agora um deus dança através de meu corpo."

(extraído de “Ecce Hommo” e “Assim falou Zaratustra” de F. Nietzche)

Por Myrlaine Zoldan – professora de Música – Curso Técnico

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