sábado, 21 de maio de 2011

Relação Mestre- Discípulo

Antigamente quando uma pessoa buscava os caminhos do yoga, procurava um mestre, e ansioso por conhecimento enfrentava o primeiro desafio ser aceito como discípulo pelo mestre escolhido. O segundo desafio era a superação do seu ego assim abriria espaço para enxergar apenas sua identidade transcendental. Não era uma tarefa para qualquer um aprender sobre amor, obediência,  desapego e a humildade apenas para a busca da autotranscedência.

Aos corajosos cabia a aceitação pelo seu mestre que se dedicava em examinar, buscar identidade e a qualificação, pois tudo que era aprendido podia ser usado tanto para o bem quanto para o  mal.
Nem todos os que aspiram os caminhos do yoga estão dispostos a perceber sua natureza egoíca. Afinal o que está adormecido nem sempre é percebido. Como a transmutação da largata em borboleta sem sacrifícios interiores, sem yamas(código de ética), e niyamas(código para a vida espiritual), é impossível perceber essa transformação lenta, porém necessária.


Atualmente nas grandes cidades temos ótimas oportunidades de se desenvolver como yogue, a realidade dos tempos primórdios do yoga não existe mais,  o desafio inicial de ser aceito pelo mestre é coisa do passado. O processo se inverteu normalmente pagamos por esse serviço e a primeira tarefa é aceitar os ensinamentos do professor escolhido até porque a informação e a quantidade de estilos causam confusão. 
Além disso, estamos sujeitos aos maus profissionais preocupados apenas com seu próprio ego e com sua conta bancaria.

No Hatha Yoga esse desafio pode ser ainda maior não se deslumbrar com a estética dos ásanas,  não desrespeitar o seu corpo e se submeter as lesões cada vez mais comuns entre os yogues quando os estilos  modernos pregam a superação a todo custo, a exaustão física como caminho de desenvolvimento.

Será que estamos no caminho certo? Será que a busca da identidade transcedental  e a superação do ego estão diretamente ligadas a uma perfeição física. 

Devemos pensar o caminho que seguimos porque yoga não é educação física, e embora consigamos com sua pratica o bem estar físico e a promoção da saúde não devemos esquecer que o yoga é muito mais que isso. È o caminho que integra corpo-mente-espirito, só o todo é capaz de nos transformar de lagarta em borboleta.


Por: Auderley CunhaProfessor de Yoga

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