segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Arte de Dançar


A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na pré-história, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.
A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música, pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. É caracterizada pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre).
Ainda no período Neolítico, a dança começou a ter grande importância para os povos primitivos, pois passou a fazer parte dos rituais e a ser uma espécie de "reunião social". Nesses acontecimentos, todos se juntavam para dançar em adoração aos espíritos ou homenagear os mortos.


O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, onde as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram que as mesmas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo; já se realizava as chamadas danças astroteológicas em homenagem ao deus Osíris. O caráter religioso e profundamente simbólico, de alto conteúdo espiritual, foi de algum modo comum às danças clássicas dos povos asiáticos, conservadas e executadas rigorosamente. Disso constituem exceção as danças dos países islâmicos, cujo sentido, ritmo e conteúdo coreográfico evoluíram por caminhos singulares.
O caráter cerimonial e profundamente religioso que certamente está na origem da dança manteve-se vivo na tradição oriental, em que cada movimento, cada gesto dos participantes e até seus trajes estão carregados de simbologia.
O desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como manifestação estética. Na Grécia antiga, a musa dessa arte, Terpsícore, inspirava os dançarinos e lhes conferia graça e agilidade, traços que se acentuaram ao longo da história para culminar naquela que talvez seja a mais refinada das manifestações da dança: o Ballet. Em outras palavras, a evolução do bailado determinou o aparecimento de estilos cortesãos e palacianos e, em especial, de expressões de dança popular que constituem a raiz da tradição e do folclore.
Não é somente através do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independente do som que se ouve, e até mesmo sem ele.
A presença da dança na vida do homem, sempre teve uma grande importância, pois o acompanha desde os rituais dos povos primitivos e seguindo até hoje.
A dança, como expressão de sentimento, é um reflexo da índole e dos costumes dos povos e, portanto evoluiu com a humanidade. Os egípcios, os assírios, os caldeus e todos os povos primitivos tiveram suas danças características, cujos movimentos, isolados ou em conjunto, nos foram preservados pela história através de quadros e gravuras encontrados nos monumentos e objetos de arte antiga.
A dança, como um ato sagrado, como um rito, era manifestada em lugares definidos, como os templos, por exemplo, e também em manifestações especificas em que os sacerdotes a praticavam para invocar o auxilio dos deuses ou para lhes agradecer. Os deuses eram invocados pelas danças nas situações mais diversas como nascimentos, casamentos, mortes, guerras, colheitas e muitos outros. Essas danças em homenagens aos deuses pouco a pouco foram adquirindo um conjunto de passos, gestos próprios para cada Deus a ser invocado e cada situação; o que hoje denominamos coreografia.
"Nós não dançamos com música ou acompanhados por música; nós dançamos a música. Isto quer dizer que realizamos a música de maneira visual, expressando por meio de movimentos aquilo que o compositor criou por meio de sons." Alexandre Sacharoff.
“Todos os aspectos belos da vida têm uma acepção ética; todos os aspectos éticos, uma acepção estética. Sua mais elementar forma de captação ou de percepção consiste na dança, porque nela, ao mesmo tempo, interferem o ouvido, a vista e o sentimento estético”. Adolfo Salazar
Depoimento de Vânia Rodinick
“Movimento, som, percepção, sentimento, ética e estética. A dança ela não traz isso ao dançarino, a dança resgata isso dele. É meio subjetivo tentar explicar isso, porque a dança ela é subjetiva mesmo. As pessoas, quando olham alguém dançando, num show, num palco, elas não imaginam o turbilhão que assola o interior do bailarino para aquilo acontecer e expor aos olhos do público. É um êxtase, uma explosão contida, trabalhada, em forma de movimento. Algo que, para ser compreendido em toda a sua forma, com fidelidade, deve ser visto pelos olhos e usar o cérebro apenas como uma ponte para o coração. Porque é lá que tudo vai ser decodificado, entendido. A arte é assim. É abrir as portas da alma e não pensar com a cabeça, não calcular, não tentar achar razão para o que se vê. Apenas se deixar invadir por tudo o que o bailarino expressa. Quando isso acontece, a dança não é só do bailarino, mas ela passa a ser um estado de espírito que envolve tudo e todos, o palco, o ar, os cheiros, as impressões e vibrações, o brilho nos olhos das pessoas. E uma comunhão sem igual, como uma fita que envolve as pessoas num laço de ternura e de sentimento, seja ele qual for, naquele momento, se purifica, sem dogmas, sem preconceitos, sem regras. Naquele momento, a única regra é Sentir, com total liberdade. Porque a dança tem este poder, de transportar o individuo para um mundo interior que na correria da vida quase não temos a oportunidade de entrar, observar, analisar, conhecer, aprender e admirar. Um mundo que está dentro de nós, incapaz de ser descrito ou copiado, porque é individual, totalmente subjetivo, totalmente puro de todas as coisas do mundo físico.

Para mim A DANÇA É O MEU SENTIMENTO QUE SE MOVIMENTA COM MEU CORPO”.
Dançar é um convite para amar a si mesmo!!!!!


BIBLIOGRAFIA:

Mhelani Souza
Professora de
Dança Cigana

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