segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Bruxa


Uma bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher feia, velha e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia e dotada de uma gargalhada terrível.

É também muito vista como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos.

Diziam que as bruxas voavam em vassouras a noite e principalmente em noites de lua cheia, que faziam feitiços e transformavam as pessoas em animais e que eram más.


Em algumas regiões do Brasil o termo também pode ser usado para designar uma mariposa (traça em Portugal) grande e de coloração escura. Talvez por associar-se a imagem da borboleta a uma imagem humanóide feminina como as fadas e, assim, remeter a imagem da mariposa à de uma senhora de idade avançada, de vestes escuras e de hábitos noturnos - a bruxa.

Algumas pessoas utilizam o termo Bruxa, para designar as mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a Natureza.

As bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do Sant Ofício consistia na comparação do peso da ré com o peso de uma Biblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois dizia-se que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural. Frequentemente as bruxas são associadas a gatos pretos, que dentre as Bruxas Tradicionais são os chamados Puckerel, muitas vezes tidos como espíritos guardiões da Arte da Bruxas, que habitam o corpo de um animal. Estes costumam ser designados na literatura como Familiares.
À afirmativa de existência de bruxas à forma retratada em registros da Idade Média, incluindo histórias infantis que permaneceram em evidência até os dias atuais, admite-se uma ressalva: elas parecem ter existido apenas no imaginário popular, surgidas na esteira de uma época dominada por medos, quando qualquer manifestação diversa ou mesmo a crença na inexistência de bruxas da forma retratada pelas autoridades clericais era implacavelmente perseguida pela Igreja. Porém, antes dos Cristãos, existia a Arte das Bruxas, que era como uma Religião em que seus membros, entre outras coisas, exaltavam a natureza, a liberdade, e eram praticantes de rituais de adoração às deusas da fertilidade.

Tem-se notícia de Bruxas desde os tempos neolíticos, e nessa época as Bruxas não tinham o sentido pejorativo que a Igreja impôs séculos mais tarde.

Hoje em dia essas antigas superstições como a da bruxa velha da vassoura na lua cheia já foram suavizadas.

Mulher sábia ou mulher mágica seria o significado de Bruxa em Sânscrito, que é uma língua clássica da Índia, mas existem outras versões.

O vocábulo "Bruxa" é de orígem desconhecida provavelmente de orígem pré-Romana. No entanto existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas: *brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia); ou oGaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta.

Algumas bruxas históricas adquiriram alguma notoriedade, como é o caso chamadas Bruxas de Salem, a Bruxa de Evóra e Dame Alice Kytler (bruxa inglesa). São também bastante populares na literatura de ficção, como nos livros da popular série Harry Potter, nos livros de Marion Zimmer Bradley (autora de As Bruma de Avalon, que versam sobre uma vasta comunidade de bruxos e bruxas cuja maioria prefere evitar a magia negra, ou a trilogia sobre as bruxas Mayfair, de Anne Rice.

Hoje, existe uma grande confusão acerca de Bruxaria Tradicional e Bruxaria Moderna. A Bruxaria Tradicional tem as suas raízes no período pré-histórico e nas antigas práticas xamânicas. Tal e qual os xamãs, o papel social das bruxas era dividido entre o auxílio à população na cura de problemas de saúde (problemas da carne, da psiquê e do espírito) e o contato com os espíritos dos mortos e dos deuses (encaminhamento de espíritos recém-desencarnados, obtenção de favores da Deusa e/ou dos Deuses, previsões do futuro).


A Bruxaria Moderna, embora tenha uma relação firme com a Bruxaria Tradicional, surge historicamente com Gerald Gardner, com a criação da Wicca no ano 1950. Apesar de a Bruxaria Tradicional ter vindo a consumir elementos estranhos a suas raízes ancestrais, sua base fundamental é bastante distinta do da Bruxaria Moderna, pois Gardner adotou não apenas novos elementos, mas misturou o que teria aprendido como iniciado na Bruxaria Tradicional com conhecimentos adquiridos junto ao druidismo e conceitos de origem claramente oriental.


O verdadeiro bruxo respeita a natureza, e entende por natureza tudo aquilo que não é feito pelo homem. Quando preserva a natureza, as suas preocupações não são a manutenção da vida humana, respeita a natureza simplesmente porque se sente parte dela e porque a ama. Não acha que a natureza está à sua disposição. Os homens, os minerais, os vegetais e toda a espécie de animal são apenas colegas de caminhada, nenhum mais ou menos importante que o outro.

Nenhum verdadeiro bruxo doutrinará aqueles que têm outro credo. A fé só é verdadeira se resultar de escolha individual e espontânea. Nenhum verdadeiro bruxo realizará qualquer tipo de feitiço no intuito de se beneficiar de algo que prejudique outra pessoa. Cada um tem seu próprio desafio a enfrentar. Usar de qualquer subterfúgio para escapar dos desafios é apenas adiar uma luta que terá de ter lugar nesta ou em outras vidas.

Mhelani Souza
Professora de Dança Cigana

2 comentários:

  1. Adorei a matéria!!
    Sou uma apaixonada por bruxas!!
    li muito sobre Gerald Gardner, e a Wicca.
    Estranho como o tempo transforma tudo!
    Parabéns pela matéria.

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  2. É isso ai Mel, vamos esclarecer pras pessoas o que é uma bruxa de verdade!
    Parabéns pelo texto...adooooro.
    beijos

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